Quantas vezes já não dissemos/pensámos/ouvimos alguém dizer “eu não como açúcar durante o dia…” ou “não ingiro alimentos doces…” ou “lá em casa nem comemos muito açúcar…”? certamente algumas vezes.

 

A ingestão de açúcar é percepcionada como a quantidade de açúcar (tipicamente sob a forma de um granulado branco) que colocamos nos alimentos, como é o caso do chá, café, leite e ainda quando confeccionamos produtos pastelaria.

Contudo, existem muitos alimentos que ingerimos diariamente, com um teor de açúcar extremamente elevado, mas que nem nos apercebemos ou que desconhecemos totalmente.

Se analisar a ingestão alimentar do típico português, que consome cereais integrais ao pequeno-almoço, umas bolachas a meio da manhã e um néctar de fruta e uma barra de cereais ao lanche, possivelmente vai dizer que durante o dia não consome açúcar quando na verdade já ultrapassou as suas recomendações diárias.

 

O relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) de 2005, que compara os hábitos alimentares e os indicadores de saúde dos trinta países membros, revelou que cada português consome, em média, cerca de 35 kg de açúcar por ano.

Ora, a OMS estabeleceu uma nova diretriz e incentiva a redução no consumo de açúcar para 5% do VCT diário da população. Na prática significa que devemos consumir no máximo 27,5g a 25g para homens e mulheres, respetivamente, de açúcar por dia, o que equivale a 6 colheres de chá ou um pouco menos de 2 colheres de sopa.

 

 

Eliminar o açúcar da nossa alimentação pode ser difícil uma vez que se trata de uma questão cultural e social, pois não existe festa e/ou convívio em que a mesa não esteja repleta de sumos, bolos e sobremesas, mas também porque é viciante, e são vários os estudos que apontam para que haja mesmo dependência deste nutriente uma vez que a zona do cérebro que é activada, após a sua ingestão, é a mesma que para as substâncias aditivas, como álcool ou drogas.

 

Análise dos rótulos

A rotulagem demonstra mais uma vez ser uma ferramenta importante nas escolhas alimentares. O primeiro ingrediente de qualquer rótulo é sempre o que se encontra em maior quantidade e o último em menor quantidade.

– Se a palavra açúcar aparecer nos três primeiros ingredientes devemos evitá-lo, pois o seu teor neste nutriente irá certamente ser elevado.

– se o alimento tiver mais de 20g de açúcar por 100g de alimento, este possui um elevado teor em açúcar

– se o alimento tiver um teor igual ou inferior a 5g de açúcar por 100g alimentos sólidos e  2,5g de açúcar por 100g de alimento líquido, este possui um baixo teor em açúcar (Regulamento 1924/2006 de 10 de Dezembro)

No entanto, nem sempre o nome “açúcar” aparece descrito desta forma. As seguintes denominações : açúcar amarelo, açúcar mascavado, sacarose, glicose, dextrose, açúcar invertido, açúcar de cana, mel, melaço, xarope de glicose, xarope de milho, maltodextrina são também açúcar.

Vamos então analisar o teor de açúcar de alguns alimentos que nos são tão familiares.

 

– 1 colher de chocolate em pó (20g): 14g ou 1 + ½ colher de sopa de açúcar

1 colher de Ketchup (15g): 4g ou cerca de ½ de colher de sopa de açúcar

– 1 barra de cereais Fitness ou Kellog’s®: 6g açúcar ou 1/3 de uma colher de sopa

30g cereais Fitness ou Kellog’s®: 11g de açúcar ou 1colher de sopa de açúcar

1 lata de coca-cola: 35g açúcar ou 5pacotes de açúcar

– 1 lata de Ice-tea: 26g açúcar ou cerca de 4pacotes de açúcar

– 4quadrados chocolate de leite (17g): 10g ou 1colher de sopa de açúcar

– 1 kit-kat: 27g ou cerca de 3colheres de sopa de açúcar

4bolachas Maria: 5g ou ½ colher de sopa de  açúcar

 
Espantado?! Estas são as quantidades de açúcar que ingerimos sempre que consumimos alguns destes alimentos.
 Analise os rótulos e esteja atento!
Pratique uma alimentação saudável.
Dicas de uma Dietista. Sabor com saúde.
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