Imagine que vai a uma festa, daquelas com comida semelhante a um casamento, são opções que nunca mais acabam e tem as suas sobremesas e petiscos favoritos. Durante a semana já tinha pensando várias vezes que ia ter a festa e já andava a sofrer por antecipação “quando lá chegar já sei que não vou conseguir resistir e vou estragar tudo o que fiz durante a semana”. Contudo, comeu de forma muito saudável durante a semana e até conseguiu fazer exercício, o que foi uma vitória para si.
O grande dia chegou e quando vê a mesa com tudo o que mais gosta pensa:
1 | Não posso comer nada! Se comer alguma coisa já sei que vou estragar tudo.
2 | Vou observar tudo o que há em primeiro lugar e fazer escolhas saudáveis; não preciso de exagerar e nem me apetece.
3 | Vou só provar um bocadinho de cada sobremesa. Só um pouco não me vai fazer mal.
Agora imagine o que fez com cada pensamento:
1 | Comi 1 sobremesa! Aí, eu já sabia que não era capaz! Nunca vou conseguir emagrecer. Já que estraguei agora vou comer tudo o que gosto.
2 | Comi 2 porções pequenas das minhas sobremesas preferidas. Soube-me bem, saboreie e não preciso de mais. Sinto-me satisfeita.
3 | Comi 5 bocadinhos de sobremesas diferentes. Mas também foi uma quantidade tão pequena que de certeza não me vai fazer mal, nem vai ter impacto no meu peso.
E agora vou explicar-lhe o que acontece em cada uma. Os autores Stunkard e Messick (1985) desenvolveram um questionário (ThreeFactor Eating Questionnaire) que avalia e distingue 3 dimensões do comportamento alimentar – “restrição cognitiva da ingestão”, “desinibição” e “fome”.
A restrição cognitiva da ingestão corresponde à alínea B, ou seja, são pessoas que valorizam uma alimentação saudável e vêm os alimentos como forma de as nutrir e como tal ficam satisfeitas com uma pequena porção. Não precisam de exagerar, mesmo quando estão em situações sociais e não se sentem mal depois de fazerem uma ingestão calórica.
A fome corresponde à alínea A e são pessoas que passam a vida em Dietas (daí eu não gostar desta palavra), que têm o pensamento “tudo ou nada”, que acham que se comerem 1 batata frita já estragaram tudo e mais vale comer o pacote.
A desinibição é o perfil da alínea C, em que as pessoas não valorizam os seus excessos alimentares. Acham que só um bocadinho não faz mal e comem muito mais calorias que aquelas que precisam, a acharem sempre que estão a comer pouco.
Trouxe-lhe 3 perfis, em que 2 são de extremos e não somos categorizados apenas por um. Quis mostrar-lhe que a linha que separa o saudável do não saudável é muito ténue e por isso, tudo reside na forma como vemos a alimentação, no prazer que temos em fazer escolhas equilibradas e no nosso pensamento! A minha abordagem hoje em dia, enquanto nutricionista é muito mais centrada no pensamento e na mudança da mente que no plano alimentar ehehe. Só assim se conseguem mudanças para a vida.
Dicas de uma Dietista. Sabor com saúde.
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